sexta-feira, 3 de junho de 2011

Amigos apenas.


Eu nunca pensei que chegaria a esse ponto. Depois de tantos anos, tantos cafés compartilhados, tantas risadas, segredos, tantas guimbas de cigarro, de tanto tempo de uma amizade amigável (amizade, que fiquei bem claro), eu me encontro nessa situação, nessa rua sem saída. Eu, tão acostumada a ter você pra mim, tão apegada no teu ser, na tua alma, nos teus sorrisos, sinto te perder. Te compartilhar com outra pessoa me faz parecer metade, dá um aperto no peito. Sinto que eu estou perdendo a melhor coisa que já foi minha. E o pior: eu não estou fazendo nada que impeça isso. Absolutamente nada. Porque nós somos amigos, apenas. ”Felicidades ao casal” eu disse acompanhado de um sorriso falso. Enquanto isso o meu peito gritava:” Me devolve, é meu, é só meu, inteiramente meu!”, sem que ninguém o escutasse, sem que ninguém pudesse tampar a ferida que estava se abrindo naquele momento. ”Obrigada melhor amiga” você me respondeu acompanhado de um abraço, mais feliz do que nunca, com o sorriso mais bonito que eu já tinha visto estampar seu rosto. Ele é meu amigo, apenas meu amigo. O melhor amigo que eu já tive. O cara mais incrível que eu já conheci. Eu nunca o tinha imaginado além de um grande e verdadeiro amigo. Até aquele momento. Um aperto no peito, um grito interno, engolidas de choro. Ciúmes mesmo, confesso. Porque você é meu. Você sempre foi e sempre vai ser meu. Amigo. Somente amigo. Nada mais que isso, amigo. Nada de amor que não seja de amigo. Nada de amor, nem um pouquinho. Mas agora me explica por favor, se não é aquele tipo de amor, porque tá doendo tanto aqui dentro?

(Nathália Pereira)

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