domingo, 26 de junho de 2011

Doa a quem doer!


Não abro mão do meu all star, mas também não deixo de usar um salto 7. Tenho milhares de shorts mas sou apaixonada por calça jeans. Tenho uma coleção enorme de bolsas mas, se possível, prefiro sair de mochila mesmo. Eu sou uma parte do que veem e o resto é o que eu não consigo ver. Existe uma parte oculta no meu eu que vai se soltando aos poucos e me surpreendendo cada vez mais, devido a isso sempre fui muito reservada. Sempre tive medo de mostrar ao mundo a parte do meu eu conhecida e a parte oculta for totalmente contrária. Eu realmente tenho medo da parte oculta, do que ela é capaz de causar, de me causar. Mas isso também eu guardo em segredo. Eu sempre tive muitos segredos, mas eu sempre fui um pouco egoísta em relação a isso e guardo muito mais da metade só pra mim. Eu gosto de verão, mas não gosto daquele calor absurdo que faz por aqui. Eu gosto do inverno, mas não gosto de frio. Não vejo mudanças do inverno para a primavera e o outono pra mim não faz muita diferença. Gosto de sorvete, mas na maioria da vezes me dá dor de cabeça e eu me arrependo de ter comido tanto. Gosto de estrelas mas não deito no gramado e as fico admirando como nos filmes americanos. Acho lindo óculos escuro mas não uso porque acho que ainda não existe um para o meu formato de rosto. Começo dietas na segunda que são encerradas na terça-feira. Adoro vestidos mas morro de medo que voem. Não vejo a hora da escola acabar e sempre discordo quando alguém diz que eu vou sentir saudade. Acho que não sinto o amor como o resto das meninas da minha idade. Não sei mais onde está o meu caderno de verso, não penso em ninguém no momento, não escrevo ''indiretas amorosas'' em subnicks e muito menos iniciais nas últimas folhas do caderno. Acredito que tudo tem seu tempo e Deus sabe a hora certa para cada coisa. Acredito na diversidade e no respeito e defendo minhas teorias até o fim. Quem dá a última palavra sou eu. Sou apaixonada pela minha família, apesar de me estressarem um pouco mas o amor é do que a minha curta paciência. Tenho ótimos amigos que eu amo e faria tudo para vê-los sorrir, mas a minha melhor amiga continua sendo a minha mãe. Tenho uma fé inacabável e indestrutível e acredito que ela é capaz de mover montanhas. Eu faço cara de idiota e começo a falar estranho automáticamente quando vejo algum bebê ou algum cachorro fofo. Me faço de forte, não choro na frente de ninguém, finjo que não me importo mas me derramo em lágrimas quando estou sozinha. Também finjo não me importar com a opinião alheia, mas de algum modo, bem no fundo, isso me afeta. Não sei preencher  auto descrições, não sou boa em nenhum esporte, não sei dançar. Prefiro o gosto musical da minha vó do que da juventude de hoje em dia. Não tenho preferia para temas de livros, mas morro de rir com livros de auto ajuda para mulheres solteiras. Sou de lua, acordo de mal humor, um dia mocinha, outro dia vilã. Dou risada do ridículo, sei falar, sei escutar também quando preciso. Acredito na ordem natural das coisas, se não foi não era pra ser. Sempre prometo na ressaca nunca mais beber. Aprendi a disconfiar de tudo e de todos. Dificilmente abro as portas para visitantes porque eu sei que quem vai sofrer sou eu quando a visita acabar. Ainda acho que eu cai da nave espacial enquanto meus papais et's davam uma volta na nave espacial pelo universo. E apesar de tudo, eu ainda acredito nas pessoas, em que o jogo pode virar, em que tudo tem jeito. Deve ser por isso que eu me decepciono tanto. Não me conheço tão bem quanto gostaria, mas acredito que isso aconteça com o tempo. Querendo ou não, essa sou. Doa a quem doer!

(Nathália Pereira)

2 comentários:

  1. eu acredito que ninguém se conhece perfeitamente, mas aí você fez uma boa descrição sobre o seu eu :*

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  2. Adorei conhecer um pouco mais de você. Apesar de você dizer que não se conhece, tem algumas coisas que a gente tem certeza de si, como o estilo, e o fato da melhor amiga ser a mãe. Beijo fofa

    http://biacentrismo.blogspot.com

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